sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Hospital de Quixadá Maternidade continua sem auxílio

O Hospital Maternidade Jesus Maria José pode deixar de prestar atendimento no fim deste mês.

Quixadá Após cinco horas de reunião, representantes dos dez Municípios integrantes da 8ª Célula Regional de Saúde (Ceres), no Sertão Central, não chegaram a um consenso sobre o auxílio econômico para manutenção da emergência pediátrica do Hospital Maternidade Jesus Maria José (HMJMJ). A unidade, polo especializado no amparo a saúde da criança, amarga déficit mensal superior a R$ 150 mil.

LinkAlunos da Escola Estadual de Educação Profissional Maria Cavalcante Costa saíram em marcha do Centro de Quixadá até o Hospital Maternidade. Protestavam contra o descaso dos órgãos públicos diante do problema FOTO: ALEX PIMENTEL

Sem o a amparo extra, o hospital filantrópico mantido pela Diocese de Quixadá pode deixar de prestar o atendimento a partir do fim deste mês. Até o enceramento desta edição, a direção do HMJMJ ainda não havia se pronunciado sobre qual medida pretende adotar diante do impasse.

Apenas os prefeitos de Choró, Ibicuitinga e Solonópole fizeram questão de representar seus Municípios. Os gestores municipais de Banabuiú, Ibaretama, Quixadá, Quixeramobim, Milhã, Pedra Branca e Senador Pompeu enviaram secretários de Saúde e assessores para discutirem o problema.

O Governo do Estado enviou técnicos. Além da coordenadora da 8ª Ceres, Benedita de Oliveira, o coordenador estadual da Ceres, Policarpo Barbosa, e a titular da Coordenação de Regulação Avaliação Controla e Auditoria da Secretaria de Saúde do Estado (Corac), Lilian Beltrão, participaram do encontro.

Lilian Beltrão enfatizou a importância do conhecimento das alternativas legais para utilização dos repasses feitos pelo Ministério da Saúde e Governo do Estado. Havendo saldo nas receitas da Saúde, destinadas a um tipo de atendimento, podem ser transferidas para suprir outro tipo de serviço prestado.

Ela reconheceu, porém, a burocracia para realização das transferências para pagamento dos serviços pela Programação Pactuada e Integrada (PPI). As secretarias municipais de saúde são obrigadas a repassar o valor para o Município onde a unidade de assistência está sediada.

Reajuste

Na avaliação do prefeito de Choró, Antônio Mendes, mais conhecido por Dé, e de Valterno Pinheiro, prefeito de Solonópole, somente com o reajuste da tabela do Sistema único de Saúde (SUS) será possível cobrir a defasagem do HMJMJ. Os dois gestores municipais afirmam enfrentar o mesmo problema para manterem a assistência básica a saúde em suas cidades.

Não têm recursos suficientes para prestarem a assistência necessária à população. Para eles, a emergência pediátrica é crucial para a região. Os hospitais locais não contam com esse tipo de assistência. Sem a unidade, haverá colapso no setor e risco para as crianças, reconhecem.

Antes do início da reunião, um grupo de jovens promoveu uma manifestação pelas ruas de Quixadá. Eram estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional Maria Cavalcante Costa. Iriam se concentrar no Centro Administrativo da Prefeitura de Quixadá. Em vigília, pretendiam aguardar o desenrolar das negociações. Todavia, o prefeito Romulo Carneiro solicitou a transferência da reunião para o Hospital Maternidade.

Sobre o problema, o diretor geral do HMJMJ, Maciano Silva, enfatizou não ter condição de continuar prestando a assistência pediátrica de emergência com repasse de R$ 2,04 por consulta, conforme tabela do SUS.

Despesas

O pacto prevê 600 atendimentos mensais. O hospital recebe apenas R$ 1.224,00. O atendimento médio é de 1.800 consultas. As despesas com o plantão médico são de R$ 39 mil por mês. Ele pediu reajuste da tabela do SUS, agilização da analise dos processos de cobrança de serviços extra por meio da Programação Pactuada Integrada (PPI) da Saúde.

Acompanhado do bispo de Quixadá, dom Ângelo Pignoli, o diretor do HMJMJ apontou como solução para o problema o cumprimento do compromisso firmado pelas prefeituras, de R$ 5 mil mensais. Os convênios podem ser viabilizados com os próprios Municípios, como ocorre com o Laboratório Central do Estado (Lacen).

Mais informações:

Hospital Maternidade Jesus Maria José. Av. Francisco Almeida Pinheiro, 2268 - Quixadá
Telefone: (88) 3412.0681

ALEX PIMENTEL
COLABORADOR
Leia também o Diário do Nordeste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário