A MÁRMORE é um dos minérios existentes no Ceará, que são explorados por indústrias. Foto: FÁBIO LIMA.
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mapeou nove áreas do Estado, onde podem ser encontrados minerais como o nióbio
O Ceará tem nove áreas mapeadas que somam 27 mil km² para exploração de minerais. Entre os municípios de Senador Pompeu, Milhã, Solonópole, Piquet Carneiro e Deputado Irapuã Pinheiro, no sertão cearense, por exemplo, há pouco mais de três mil km² rico em minerais como columbita e tantalita que não é explorada. Deste material é possível extrair o nióbio, elemento metálico raro que é cada vez mais essencial à indústria por ser muito resistente ao calor e à corrosão.
O nióbio é usado na indústria automobilística, para gasodutos, turbinas de avião, tomógrafos de ressonância magnética, na indústria aeroespacial, bélica e nuclear, além de aplicações em bens eletrônicos, lentes óticas e lâmpadas de alta intensidade.
Nesta região também há ocorrências de grafita, de onde se tira o grafeno, considerado, por suas propriedades, a fonte da próxima revolução tecnológica do mundo. O material - mais forte que diamante, resistente como o aço, condutor melhor que o silício e o cobre e leve ao ponto de ser sustentado por uma pétala de flor - possui preços elevados no mercado internacional. Cada 150g de grafeno, por exemplo, é cerca de US$ 15 mil.
Estes são apenas exemplos de riquezas inexploradas que existem em solo cearense. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) lança no próximo dia 14 de março, às 14 horas, no auditório do Departamento de Geografia, da Universidade Federal do Ceará (UFC), os relatórios finais de nove projetos de cartografia geológica sistemática (escala 1:100.000) que podem ajudar a impulsionar novos investimentos do setor mineral e promover o desenvolvimento do conhecimento geológico no Ceará.
"Estes relatórios podem ser a base para que investidores façam pesquisas mais detalhadas"
EDNEY PALHETA Geólogo do CPRM
O mapeamento, realizado entre os anos de 2007 e 2014, corresponde a uma área de 27 mil km², o que representa aproximadamente 20% de todo o território do Ceará. Além da folha (área onde foram detectadas as ocorrências destes minerais) de Senador Pompeu, há relatórios também sobre Banabuiú, Baturité, Bonhu (distrito de Russas), Crateús, Ipueiras, Itapiúna, Parambu e Quixadá.
O geólogo do CPRM, Edney Palheta, explica que estas áreas deixam muitas vezes de ser exploradas comercialmente por falta de informações mais detalhadas sobre suas potencialidades. Até então a cartografia geológica do Estado era feita em uma escala de 1:500.000, o que, na prática, dava uma visão muito ampla das regiões.
“Estes relatórios podem ser a base para que investidores façam pesquisas mais detalhadas e, se constatada a viabilidade, futuramente, explorar minas”.
Ele explica que o mapeamento geológico básico pode subsidiar também projetos de infraestrutura, construções de açudes, prospecção de águas subterrâneas oriundas de aluvião (quantidade de areia, argila, cascalho etc. provenientes de erosão recente e que são transportados e depositados por correntes de água) ou de águas profundas cristalinas (rochas duras).
MAPA DO MINÉRIO - O mapeamento, realizado entre os anos de 2007 e 2014, corresponde a uma área de 27 mil km², o que representa a 20% de todo o território do Ceará
Reportagem de IRNA CAVALCANTE em opovo.com.br
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