Iguatu. Moradores da localidade de Acampamento, distante 3km da cidade de Quixelô, no Centro-Sul, interditaram a rodovia CE 375, na manhã desta segunda-feira, dia 8, queimando pneus e galhos de árvores. A manifestação começou às 7h30 e se estendeu até as 11h30. Longas filas de carros e motos se formaram de um lado e outro da via.
A manifestação durou cerca de quatro horas e causou transtornos no tráfego. Por volta das 11 horas, o trecho interditado foi liberado FOTO: HONÓRIO BARBOSA
O protesto foi pacífico. Os moradores exigem implantação de redutores de velocidade e reclamam de vários atropelamentos que ocorrem na comunidade, com vítimas fatais. Nas duas últimas semanas, duas crianças morreram na rodovia. O caso mais recente se deu na sexta-feira, passada, dia 5. O estudante Mateus Pereira, 9 anos, morreu vítima de acidente de trânsito, quando retornava da escola e tentou atravessar a pista.
De acordo com o morador, Francimar Pereira, os carros trafegam em alta velocidade. "As casas são próximas à pista e há uma escola ao lado da rodovia", disse. "Em um ano, já morreram cinco pessoas". A localidade de Acampamento se estende por cerca de um quilômetro na margem da CE 375.
No trecho, não há acostamento e nem ciclovia. Depois da construção da rodovia interligando Quixelô a Solonópole aumentou o tráfego de veículos com destino a Fortaleza e outras cidades. Nos últimos três anos, vários acidentes foram registrados. Entre o entroncamento com a CE 060 (Estrada do Algodão) e a CE 375, em Quixelô, há três vilas com casas construídas ao lado da rodovia: Antonico, Firmino e Acampamento.
Em alguns trechos, há sinalização para que os motoristas reduzam velocidade e instalação de redutores (tartarugas) no asfalto. "Os motoristas não obedecem, passam com tudo", contou o agricultor, Jorge Lopes. "No começo do ano, um caminhão pegou um agricultor que voltava da roça e jogou ele longe, já caiu morto", disse.
O protesto de ontem durou quatro horas. Viaturas da Polícia Rodoviária Estadual e do Corpo de Bombeiros foram ao local, mas os moradores impediram que apagassem o fogo nos pneus e troncos de árvores e liberassem a pista. As negociações se estenderam por toda a manhã. Engenheiros do 9º Distrito Operacional do Departamento Estadual de Rodovias (DER) também tentaram convencer os manifestantes a liberarem a via.
Contato Por volta das 11 horas, o representante da comunidade, Francimar Pereira entrou em contato por telefone com o chefe do escritório local do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que assumiu o compromisso de que hoje um engenheiro irá visitar a área. Com isso, será apresentado um projeto para melhoria de sinalização e implantação de redutores de velocidade.
Depois do compromisso, os manifestantes decidiram liberar o tráfego na CE 375. "Vamos aguardar até a próxima quarta-feira, dia 17", disse o agricultor Jorge Lopes. "Se nada for feito, vamos fazer uma nova manifestação e quebrar a estrada, como protesto", afirmou.
HONÓRIO BARBOSA - Repórter Leia mais no DN.
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