O Castanhão, que abastece a Bacia Metropolitana, teve a vazão reduzida para evitar desperdícios.Limoeiro do Norte.
Apenas um açude com volume superior a 90% da capacidade total e 82 com
volume inferior a 30%. Esse é o balanço atualizado dos reservatórios no
Ceará. No total, a reserva hídrica do Estado se encontra com apenas
38,4% de sua capacidade. Em matéria publicada pelo Diário do Nordeste,
em agosto passado, esse percentual era de 39%.
O
Açude Castanhão está comportando menos da metade da sua capacidade
(47,46%). A vazão reduziu de 14 para 12 mil metros cúbicos por segundo
FOTO: ELLEN FREITAS
A situação em algumas das 12 bacias se
mostra bastante preocupante como, por exemplo, a dos Sertões de Crateús,
onde todos os 10 açudes operam com volume abaixo de 30%. Um dos
principais açudes de Crateús, o Barragem do Batalhão, é que comporta o
maior volume de água da bacia, registrando 23,18% da sua totalidade.
Uma
situação já ruim, mas que se comparada ao açude de Cupim, no município
de Independência, se mostra em melhor situação. Neste outro, o volume
não chega a 1%.
A Bacia do Acaraú é composta por 13 açudes, sendo
que seis estão com suas cotas abaixo de 30%. As situações mais críticas
estão nos casos dos açudes Carmina (16,7%) e Farias de Sousa (6,91%),
localizados nos municípios de Catunda e Nova Russas, respectivamente. Os
açudes Ayres de Souza, em Sobral, e Acarau Mirim, em Massapê, estão em
uma situação mais confortável, comportando um volume de água,
respectivamente, de 68,57% e 66,96% de suas cotas.
A região do
Acaraú também abriga o Perímetro Irrigado do Baixo Acaraú, no trecho
final da bacia. A fonte hídrica do perímetro irrigado vem através do Rio
Acaraú, perenizado, pelas águas dos Açudes Públicos Paulo Sarasate e
Edson Queiroz. Estes, de acordo com o balanço da Cogerh, estão com
volume de armazenamento 31,56% e 44,76% da suas capacidades.
A
Bacia do Alto Jaguaribe contempla 20 açudes, sendo 13 abaixo de 30%.
Apenas os açudes Trussu (67,02%), em Iguatu, Orós (59,49%), em Orós,
Valério (55,35%), em Altaneira e Muquém (55,46%), em Carius, estão com
volumes acima da média. Os açudes Mamoeiro, em Antonina do Norte e
Várzea do Boi, em Tauá, estão com níveis muito baixos, registrando 1,5% e
2,04% cada.
Na bacia do Baixo Jaguaribe, o açude Santo Antônio
de Russas, no município de Russas, comporta 15,74% do total do seu
volume. Na bacia do Banabuiú, dos 19 açudes,10 estão com volumes
reduzidos abaixo de 30%. Os açudes Quixeramobim, localizado no município
homônimo, está com volume acima de 80%, uma das melhores condições
juntamente com o Açude de Curral Velho (74,98%), em Morada Nova. Os
açudes Banabuiú e de Pedra Branca levam água para o Perímetro Irrigado
de Morada Nova. Ambos se encontram com 35,88% e 31,88% d2 suas
capacidades, respectivamente.
As bacias do Coreaú, curu e Lirotal
somam 31 açudes, destes 19 se encontram com níveis abaixo dos 30%. A
situação mais crítica dessas bacias está em Curu, onde os dez açudes
estão muito abaixo de 30% e os outros dois não foram informados.
A
bacia do Médio Jaguaribe, onde abriga o maior reservatório do Estado, o
Castanhão, se encontra com uma realidade divergente. Enquanto a vazão
do açude supre a necessidades da agricultura irrigada e da Bacia
Metropolitana, cidades como Potiretama, no açude que leva o mesmo nome;
Figueiredo, em Alto Santo; e Madeiro, em Pereiro, não chegam a 5% de
suas capacidades. Já o Castanhão, mesmo comportando menos da metade da
sua capacidade (47,46%), está com água para atender sua atual demanda.
A
vazão de água estava em 14 mil metros cúbicos por segundo e há 10 dias
foi reduzida para 12 mil metros cúbicos por segundo. De acordo com o
coordenador geral do complexo do Castanhão, José Ulisses de Souza, a
redução de vazão foi um pedido dos integrantes do Comitê das Bacias,
diante do grande volume de água que foi constatado durante a medição da
lona hídrica sobre a barragem, em Itaiçaba.
"Lá é o último ponto
de observação do volume de água e foi solicitado uma redução da vazão
para não haver desperdício. Isso em nada compromete a demanda de
abastecimento de água que o Castanhão libera", afirma Ulisses.
Controle - Segundo
o coordenador, a atual vazão garante que o açude continue abastecendo,
caso haja mais dois anos de seca. "É utilizado um volume de água menor
do que a cota que é destinada. A água está sendo utilizada de forma
disciplinada", afirma.
O Açude Gavião, na Bacia Metropolitana, é
responsável por manter o nível ideal para o bombeamento de água para
capital, ele atualmente se contra com 93.09% de sua capacidade. O açude
recebe água do Castanhão.
O que tem tentado assegurar o
abastecimento de água, diante da baixa na reserva hídrica do estado, é a
transferência de água entre açudes, instalação de adutoras, e
abastecimento por carro pipa, sendo este último a alternativa mais
utilizada em situações críticas nas cidades pequenas.
Mais informações - Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)
Rua Adualdo Batista, 1550, Parque Iracema - Fortaleza, Telefone: (85) 3218.7020
Ellen Freitas - Colaboradora
Umari tem água da Cagece amarelada
Umari. Moradores de diversas ruas da sede deste município cobram junto a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) a apresentação de um laudo que comprove a qualidade da água que está sendo distribuída à população.
Umari. Moradores de diversas ruas da sede deste município cobram junto a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) a apresentação de um laudo que comprove a qualidade da água que está sendo distribuída à população.
Conforme os moradores, após a troca do local de onde a água é
retirada para distribuição, houve queda na qualidade do líquido que é
consumido. "A água está chegando amarelada. Com cheiro e gosto
desagradável", afirma a dona de casa Maria do Nascimento Ferreira.
Segundo ela, vizinhos reclamam que passaram a sentir coceiras e dores de
barriga após o uso da água. "Tem gente que só vive com dor de barriga.
E, aqui do lado, a filha de um vizinho já tem feridas por causa da
coceira", conta a moradora.
Moradores
reclamam que o recurso hídrico que sai das torneiras tem cor, cheiro e
gosto desagradável. Há casos de alergias na pele FOTO: ROBERTO CRISPIM
A
água que está sendo distribuída pela Cagece na parte alta da cidade,
principalmente no bairro Alto da Delegacia, está sendo extraída de um
cacimbão particular. O local foi cedido à empresa pelos proprietários e
está localizado às margens de um terreno por onde escorre todo o esgoto
da cidade.
"Eu mesmo não bebo dessa água de jeito nenhum. Todo
mundo sabe que ali onde estão retirando a água corre o esgoto da cidade.
Só pode ser água contaminada essa que a Cagece está distribuindo",
avalia o agricultor José Antônio Duarte. Ele afirma ter medo de consumir
o líquido e contrair doenças. "Deve ter um monte de bactérias nessa
água", acredita ele.
O caso chamou a atenção das autoridades
municipais. O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Umari, Vidal
Falcão Teixeira, solicitou que a Casa encaminhe ofício à Cagece
solicitando a imediata apresentação de laudo técnico que comprove a
qualidade da água que está sendo distribuída. "Nós estamos recebendo,
quase que diariamente, queixas da população que está preocupada em saber
se há, ou não, qualidade na água que a companhia está oferecendo aos
seus consumidores", informa o vereador.
O requerimento
apresentado pelo parlamentar foi subscrito pelos outros oito vereadores
que compões a atual legislatura. Conforme ele, a companhia tem até a
próxima quinta-feira, para apresentar o documento. "Se a empresa não
atender ao requerimento nós buscaremos o auxílio do Ministério Público",
afirma.
O Conselho Municipal de Saúde também deverá encaminhar
documentos cobrando informações da Companhia. "Nós estamos coletando
assinaturas para, já na próxima segunda-feira, apresentarmos documento
ao promotor de Justiça da comarca, e à Cagece, solicitando providências
em relação à liberação dos diagnósticos", informou o presidente do
colegiado, Josué Barros Júnior.
Para a secretária de Meio
Ambiente do Município, Maria Eugênia Brasil, mesmo com a existência do
escoamento do esgoto às margens do cacimbão, a população deve aguardar
que seja comprovada existência de algum tipo de contaminação na água.
"Não se pode afirmar que a água não possua qualidade. Esse tipo de
afirmativa só pode ser feita quando da apresentação do laudo pela
Cagece", avalia a secretaria.
Amostras - Por
via das dúvidas, o coordenador do Departamento de Vigilância Sanitária
da cidade, Gonçalo Wilfrido, determinou a coleta de amostras da água.
"As amostras coletadas diretamente no cacimbão utilizado pela Cagece e
serão realizados exames físico-químico, organoléptico e bacteriológico",
informou o coordenador. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório
Central (Lacen) em Icó. Os resultados deverão ser apresentados até a
próxima quarta-feira, 18.
Através da Assessoria de Imprensa, a Cagece informou que garante a qualidade da água distribuída à população.
Em
nota, a companhia afirma realizar, constantemente, análises de modo a
aferir a qualidade da água distribuída. Estas análises, inclusive nos
últimos dias, mostraram resultados dentro dos padrões exigidos pela
Portaria 2914 do Ministério da Saúde, nos quesitos físico, químico e
bacteriológico.
Os moradores que estiverem com dúvida com relação
à qualidade da água podem encaminhar suas reclamações à Cagece, que
serão feitas análises em suas residências.
Mais informações - Prefeitura Municipal de Umari, Telefone: (88) 3578.1161
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece)- Juazeiro do Norte, Telefone: (88) 3102.1173
Roberto Crispim - Colaborador
Fonte: DN.
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