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quinta-feira, 6 de abril de 2017

O povo do Bom Jesus Aparecido em Solonopole

Após o primeiro semestre no seminário propedêutico e férias regadas com reencontro com a família; novas conversas com velhos amigos e visita ao povo da diocese nas missões do meio de ano, voltamos para o seminário com expectativas de um semestre bom, mas, com a rotina do semestre passado.

As expectativas foram superadas logo no início quando fui enviado para um missão pastoral numa pequena paróquia distante pouco mais de oitenta quilômetros da sede diocesana. Não querendo esclarecer os pormenores, passamos a falar aqui um pouco desta experiência que estamos vivenciando.

Desde a minha chegada notei um povo simples, acolhedor e o que mais prendeu minha atenção foi ver uma prática fervorosa da religiosidade popular. Lembrei-me logo da música do padre Zezinho, aqui “se alguém passa em frente à Matriz, se benze e pensa em Deus e não sente vergonha de ter fé”. Num mundo secularizado onde a fé torna-se cada vez mais algo restrito ao particular, encontrar pessoas que professam a sua fé e praticam atos de piedade publicamente revigora a nossa fé.

Solonópole é uma de muitas cidades - graças a Deus - onde ainda respiramos um "ar" católico genuíno. Encontrei famílias que não sentem medo de lutar contra o secularismo e ainda fala em suas casas, aos seus filhos e netos, da importância do terço, da Confissão e da Missa dominical. O sentido do Sagrado ainda é muito forte, mesmo entre os mais jovens que às vezes são acusados injustamente de não terem mais fé.

Uma cidade que remonta ao século XIX ainda tem sua história religiosa muito presente na vida de cada solonopolitano. Famílias tradicionais devotas do Sagrado Coração de Jesus e que rezam o terço em família é a identidade do povo tanto na sede quanto nos distritos e comunidades rurais.

Estar com esse povo faz-me sentir que a fé ainda é importante, que a piedade popular muda o rosto de uma cidade e que sem religião não seria possível viver nesta terra do sertão central Cearense assolada pela seca, como em outros locais, mas que confiam no Bom Jesus Aparecido e sabem que Ele não lhes abandona.

Que o Bom Jesus possa abençoar todas as famílias e que a religiosidade popular dos cidadãos de Solonópole sejam, para nós, modelo de vida cristã.

Francisco Gilson da Silva - Seminarista Diocesano de Iguatu
Acadêmico de licenciatura-plena em Letras com habilitação em  Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Ceará – UECE.
Arquivo16: Este texto foi publicado no site: www.diocesedeiguatu.org.br

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