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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

ANÁLISE O Brasil tem potencial para ser um player global de lítio?

Passo a passo, o Brasil tem visto o avanço dos projetos de lítio, embora ainda seja cedo para dizer que o país tem potencial para ser um player global no setor.

“Há indícios de que o lítio existente no Brasil tem um potencial de qualidade maior do que nas regiões conhecidas como salinas da América do Sul [na Bolívia, Chile e Argentina] e isso reduziria o custo de produção aqui”, disse à BNamericas Valdir Farias, executivo diretor da consultoria de mineração Fioito.

“Mas é preciso ter mais conhecimento de nossas jazidas para realmente conhecer o potencial do Brasil em lítio.”

De acordo com o banco de dados da BNamericas, existem quatro projetos de lítio em diferentes fases de desenvolvimento no Brasil.

Todos, exceto um, estão em Minas Gerais, onde há geologia favorável e também infraestrutura para mineração em geral, sendo a mais avançada a Grota do Cirilo, da Sigma Lithium. A outra fica no Ceará.

“Minas Gerais tem uma cultura de mineração mais longa do que outros estados, mas há outras regiões que têm evidências de depósitos de lítio, como todo o litoral do Nordeste”, explicou Farias, que é ex-diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

O governo federal quer incentivar a produção de lítio, já que a demanda global deve aumentar com a transição energética e a eletromobilidade.

Em julho, o governo publicou um decreto suspendendo a necessidade de autorização prévia para importação e exportação de lítio.

Anteriormente, essas operações exigiam luz verde de órgãos governamentais, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear. A medida deve ajudar a atrair investimentos em lítio, que podem chegar a R$ 15 bilhões (cerca de US$ 3 bi) até 2030, segundo projeções do governo.

A BNamericas analisa a seguir os quatro projetos em desenvolvimento:

GROTA DO CIRILO - A canadense Sigma Lithium concluiu em julho 25% da construção da primeira fase da Grota do Cirilo, um depósito de espodumênio de lítio de alta qualidade. A Sigma, que opera no Brasil por meio da subsidiária Sigma Mineração, espera que a fase 1, de US$ 123 milhões, seja concluída durante o primeiro trimestre de 2023, envolvendo capacidade de produção de 230 mil toneladas por ano de concentrado de espodumênio.

O projeto compreende três fases. Os detalhes da fase 1 podem ser acessados neste link, da fase 2 neste link e da fase 3 neste link.

SALINAS - Nos últimos dias, a australiana Latin Resources anunciou que o trabalho de teste metalúrgico preliminar realizado no núcleo de perfuração do projeto de lítio Salinas apresentou resultados positivos.

“Embora ainda seja cedo, e mais trabalho de teste precise ser concluído, a aparente facilidade de liberação de nosso espodumênio produzindo um concentrado de lítio tão alto pode ter implicações positivas significativas para nosso projeto Salinas”, disse o diretor executivo da Latin Resources, Chris Gale, em um comunicado: “Isto pode significar que não precisaremos do processamento de flotação – mais complexo e caro – para obter um concentrado de alta qualidade.”

O projeto Salinas está localizado no distrito do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Nenhum valor de capex foi divulgado.

ITINGA - A Lithium Ionic do Canadá começou a perfurar seu projeto Itinga em junho. A empresa concordou em adquirir duas licenças de mineração de lítio da Galvani Nordeste Mineração, também em Minas Gerais, por US$ 3,2 milhões.

Itinga compreende cinco licenças de mineração cobrindo mais de 1,3 mil hectares no distrito de Araceli.

SOLONOPOLE - A australiana Oceana Lithium levantou em julho US$ 4,1 milhões em um IPO na ASX, em parte para investir em um projeto de lítio no estado do Ceará. Copilado.

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