Apesar do otimismo e das "soluções" propostas, alguns municípios do Ceará são mais atingidos pela falta de chuva, segundo a Cogerh. Das 13 bacias hidrográficas do Estado, três estão com volume de armazenamento de água inferior a 10%: Baixo Jaguaribe (7,6%), Curu (5,8%) e Sertões de Crateús (2,7%). Outras cinco têm volume armazenado abaixo de 30%: Acaraú (22,8%), Banabuiú (17,2%), Coreaú (29,2%), Litoral (21,3%) e Metropolitana (29,0%). Apenas três estão em situação mais "confortável", com mais de 30% de volume total: Alto Jaguaribe (51,0%), Salgado (36,6%) e Serra da Ibiapaba (40,1%).
Dos 139 açudes do Ceará monitorados pela Companhia de Gerenciamento de Recurso Hídricos (Cogerh), em parceria com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), apenas dois estão com volume acima de 90% da capacidade de abastecimento: o açude Gavião, no município de Pacatuba, e o Curral Velho, em Morada Nova. O primeiro, que faz parte da Bacia Metropolitana, está com 94,43% de volume de água, enquanto que o segundo, integrante da Bacia Banabuiú, acumula 96,9%. Outros 105 açudes do Ceará estão com volume inferior a 30% da capacidade de armazenamento.
A situação dos açudes é consequência da escassez de chuvas registrada principalmente nos últimos três anos, quando o volume ficou bem abaixo da média histórica. "Tivemos o menor aporte hídrico dos últimos 40 anos", diz Berthier Peixoto, chefe de gabinete da Cogerh. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), enquanto a estação chuvosa de 2014 ficou 24% abaixo da média histórica de 607,4mm, nos anos anteriores os índices foram piores. Em 2013, as precipitações entre fevereiro e maio ficaram 37,7% abaixo da média e, em 2012, 50,7%.
Mesmo diante do quadro, a Cogerh descarta qualquer possibilidade de problemas no abastecimento d'água no Ceará. Atualmente, o volume acumulado nos reservatórios cearenses é de 5,67 bilhões de metros cúbicos de água, o que representa 30,2% da capacidade total do estado que, segundo a Companhia, garante a segurança hídrica necessária ao consumo humano, industrial e de outros usos.
"Mesmo se não houver qualquer recarga hídrica em 2015, o consumo de água na Região Metropolitana está garantido", diz Peixoto. A garantia vem do açude Castanhão, o maior do Ceará. Localizado no município de Nova Jaguaribara, a 260 quilômetros de Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas hoje acumula apenas 2,44 bilhões, que representa apenas 36,49% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado há 11 anos.
Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo Castanhão, além do Complexo Portuário do Pecém e os distritos industriais. "O consumo anual dessa região é de 800 milhões de metros cúbicos. Se não chover em 2015, temos dois anos [de abastecimento d'água] garantidos", acredita Peixoto. Segundo ele, Fortaleza é a única capital do Nordeste que não corre o risco de desabastecimento de água.
Para as outras cidades, foi montado um plano de contingência, com três programas: distribuição de água por meio de carros-pipa para as comunidades mais isoladas; construção de poços em locais onde existe água subterrânea; e implantação de adutoras de montagem rápida que levam água de uma região para outra, explica o gestor da Cogerh.
Situação das Bacias - Apesar do otimismo e das "soluções" propostas, alguns municípios do Ceará são mais atingidos pela falta de chuva, segundo a Cogerh. Das 13 bacias hidrográficas do Estado, três estão com volume de armazenamento de água inferior a 10%: Baixo Jaguaribe (7,6%), Curu (5,8%) e Sertões de Crateús (2,7%). Outras cinco têm volume armazenado abaixo de 30%: Acaraú (22,8%), Banabuiú (17,2%), Coreaú (29,2%), Litoral (21,3%) e Metropolitana (29,0%). Apenas três estão em situação mais "confortável", com mais de 30% de volume total: Alto Jaguaribe (51,0%), Salgado (36,6%) e Serra da Ibiapaba (40,1%). Fonte: g1/ceara