Foto ilustração - A gamofobia (medo de casamento) pode gerar sintomas como ansiedade, suodorese excessiva e dor de cabeça.
São Paulo, 10 de abril de 2017 – Quem se lembra do filme “Noiva em fuga”, em que a atriz Julia Roberts interpreta Maggie, uma mulher jovem que foge do casamento na hora do altar? Embora seja uma ficção, o medo do casamento é algo real e tem até nome: gamofobia, do grego (gamo=casamento e phobos=medo).
Para Denise Miranda de Figueiredo, especialista em terapia de casal e cofundadora do Instituto do Casal, é preciso saber diferenciar o medo do compromisso e o medo do casamento, porque nem sempre são a mesma coisa. “Algumas pessoas têm medo de se casar, mas podem se comprometer por longos anos com um (uma) parceiro (a), sem chegar a dividir o mesmo teto ou a ter filhos, por exemplo. A gamofobia é diferente, porque na maioria dos casos, a pessoa tem o medo especifico do casamento”, explica Denise.
Embora haja pouca produção científica sobre a gamofobia, os sintomas são parecidos com os de outras fobias, como medo excessivo, irracional, permanente e incontrolável do casamento.
“Esse medo gera sintomas físicos, como tremores, sudorese excessiva, enjoo, falta de ar, tontura, aumento da frequência cardíaca, típicos de uma crise de ansiedade. Entre os sintomas psicológicos, podemos citar o sentimento de pavor ao pensar no casamento, evitação de situações que lembrem casamento ou de pessoas que queiram falar sobre o assunto, ansiedade incontrolável, pensamentos distorcidos e negativos sobre o casamento e sensação de perda do controle”, diz Denise.
De onde vem esse medo?
De acordo com Marina Simas de Lima, especialista em terapia de casal e cofundadora do Instituto do Casal, o medo patológico do casamento, ou como é chamado gamafobia, geralmente está ligado às experiências vividas e à construção de crenças negativas que acabam sustentando e ampliando esse medo.
“A gamofobia pode estar relacionada com o medo de perder a autonomia, a liberdade, sua individualidade, dificultando ou muitas vezes impossibilitando viver um relacionamento. Salvador Minuchin, um grande especialista em terapia de casal e família, já dizia na década de 80 que para a formação de um casal é necessário que as pessoas abram mão de partes de sua individualidade para experimentarem o pertencimento”, explica Marina.
Para as psicólogas, nem todo mundo que permanece solteiro o faz por medo do compromisso, por isso não é possível generalizar. Por outro lado, apesar de parecer que hoje em dia as pessoas não querem se casar, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam mais de 5% de aumento por ano nos casamentos.
Tem solução?
Para os casos que envolvem experiências traumáticas e crenças negativas, é preciso investir em psicoterapia. Hoje, há muitas linhas de terapia que conseguem atuar no sistema de crenças para reprogramá-las. Se a pessoa já tem um compromisso de longa data, mas tem medo de se casar, a terapia de casal pode contribuir para elucidar as causas do medo e ajudar o casal a fazer uma escolha.
“O medo é um sentimento de proteção da vida. Por outro lado, o casamento oferece a celebração da vida e sua continuidade. Assim, o autoconhecimento e o entendimento de onde vem o medo tornam-se fundamentais para superá-lo e para viver uma vida amorosa mais equilibrada e feliz”, concluem Denise e Marina.
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