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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Seca empurra agricultor para garimpo ilegal

Homem do campo no Sertão Central tem na extração mineral de pedras preciosas uma fonte de subsistência.

Fortaleza - A seca que atingiu o Estado desde o ano passado está empurrando o homem do campo para atividades de exploração mineral. Em Quixeramobim, o aumento dos garimpos já chama a atenção da Prefeitura local, que, inclusive, vem sendo solicitada para realizar limpeza de minas.

Garimpeiros pedem à Prefeitura de Quixeramobim a limpeza das minas FOTO: ANDRÉ LIMA.

Apesar de não ser um fato inédito, o Departamento Nacional de produção Mineral (DNPM-CE) adverte que a atividade pode estar ocorrendo de forma ilegal, haja vista que não há concessão de licença para exploração de minérios mais em conta no mercado de pedras preciosas ou semi-preciosas.

No Distrito de Berilândia, município de Quixeramobim, existem três Permissões de Lavra Garimpeira para extração de Quartzo (serrote Alto dos Cristais), Turmalina e Quartzo. Na última vistoria realizada por técnico do DNPM-CE, constatou-se apenas a extração de quartzo.

O prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, informou que tem crescido o interesse de agricultores pela exploração mineral, inclusive requerendo o apoio da administração municipal para melhor desempenho da atividade. Dentre esses, destacam a limpeza de resíduos deixados pela queda de barreira, além do restauro da via de acesso.

Intimidação - Berilândia é um distrito com uma população fixa em torno de 5 mil pessoas e uma área estimada em 100 quilômetros quadrados. Embora seja ligado administrativamente ao município de Quixeramobim, as jazidas se estendem ainda pelos municípios de Milhã e Solonópole.

Embora a atividade mineral não seja tão intensa quanto no passado, até mesmo porque houve um processo de exaustão das minas, ainda há um clima de intimidação gerado pelo fechado mundo do garimpo.

Um morador da cidade diz que não ousa ir até o distrito, porque há o risco de não conseguir entrar. "É um lugar tomado pela desconfiança e por homens que vivem do comércio ilegal de gemas", disse.

Além do aspecto ilegal, há em Berilândia uma contemplação imediata de uma terra devastada. Anos seguidos de extração, sendo que boa parte sem acompanhamento técnico necessário, trouxe danos ambientais à localidade, bem como tem-se tornado imprestável para a agricultura.

Alternativa - Para Cirilo Pimenta, não há porque ficar alarmado com a retomada do movimento intenso em Berilândia. Ele diz que não há pessoas de fora, mas sim da própria região, que buscam na mineração uma alternativa de subsistência, por meio de serviços temporários nas minas.

O prefeito garante que promoverá a limpeza, que é paga por hora trabalhada por trator, além do uso de patrol para recuperação das estradas vicinais de acesso ao garimpo.

O superintendente regional do DNPM-CE, Fernando Antônio da Costa Roberto, lembra que as minas sempre atraíam garimpeiros principalmente nos períodos secos. Com isto, o Governo do Estado, na época da Companhia de Mineração do Ceará (Ceminas), apoiou a instalação de uma residência em Berilândia para dar apoio técnico e material aos garimpeiros. A Ceminas foi extinta e a maioria dos garimpos abandonados.

A região ficou conhecida pela extração de quartzo, feldspato, mica, ambligonita e espodumênio (minerais de lítio), berilo (que inspirou o nome do distrito), água marinha, turmalinas, tantalita/columbita, etc. "Acontece que, em Berilândia, a maioria dos pegmatitos explorados, principalmente nas décadas de 1980 e 1990, estão paralisados. Se houver extração de pedras semi-preciosas (gemas: água marinha, turmalinas verde, rósea) são todas ilegais", afirma Fernando.

Divisão - No Estado do Ceará, é conhecida a Subprovíncia Pegmatítica do Ceará(SPCE). A SPCE foi dividida em dois grandes distritos: Solonópole-Quixeramobim, englobando os municípios de Jaguaribe, Solonópole, Quixadá, Quixeramobim e Milhã e de Cristais-Russas englobando os pegmatitos de Cascavel, Aracoiaba, Russas e Morada Nova.

O Distrito Pegmatítico de Solonópole/Quixeramobim (DPSQ), considerado o de maior expressividade econômica, abrange uma área de 2.375 m, constituído essencialmente por uma grande variedade de minerais-gemas (turmalina, água marinha e granada) incluindo quartzo, feldspatos e micas. Outros minerais econômicos são: berilo, ambligonita, tantalita-columbita, lepidolita e espodumênio. "Daí podemos afirmar que o Ceará é detentor de uma importante suprovíncia pegmatítica que precisa de estudos detalhados para avaliação de suas reservas minerais", disse Fernando. Leia Mais.

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