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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Eunício relata seca no Ceará e denuncia água contaminada distribuída por carros pipa‏

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) relatou durante pronunciamento em plenário nesta quinta-feira (08), o quadro dramático de seca no Ceará e denunciou a má qualidade da água ofertada através dos carros pipa.

Ele informou que este é o quarto ano seguido de estiagem no estado e as previsões para 2016 é de pouca chuva. No momento, os reservatórios registram apenas 19% da sua capacidade.


O peemedebista alertou sobre a dependência de mais de um milhão de cearenses ao abastecimento através do carro pipa e a inexistência de investimentos para o tratamento e qualificação da água. De acordo com ele, a ausência dessa ação tem colocado em risco a saúde da população.

Aqueles atendidos por essa assistência, exemplificou Eunício, têm apelidado essa água de “quiboa”, ou água sanitária.


O senador apresentou dados do ministério da Saúde, os quais mostram que nos últimos dez anos, mais de três mil pessoas morreram de doenças diarréicas no Ceará, a maioria idosos e crianças. “Os pesquisadores da Universidade Federal do Ceará vêem uma relação direta entre esses casos e a má qualidade da água distribuída pelos carros-pipa”, informou.


O líder ainda criticou a falta de iniciativas do governo estadual e a insistência de aplicar modelos antigos em resposta a essa tragédia se referindo ao tripé: instalação de adutoras, perfuração de poços profundos e distribuição de água por carros-pipa.


Para ele, o governo estadual precisa ter consciência de que a construção de adutoras de engate rápido está limitada neste momento, porque muitos reservatórios já estão secos ou no volume morto.


“É preciso lembrar que, com exceção do Cariri, o Ceará é pobre em água subterrânea. Este ano, já foram perfurados 438 poços profundos, e 132 estavam secos. Os que tiveram êxito apresentaram vazão menor do que a demanda emergencial”, argumentou.


ConscientizaçãoFrente a esse cenário de caos e tragédia, Eunício defendeu uma mudança de paradigma em direção a uma gestão mais proativa das secas e fez referência a governos que já utilizam medidas alternativas de curto prazo para o enfrentamento da falta de água.


Ele citou como exemplo ações como descontos nas contas para reduções de consumo, a sobretarifação dos aumentos de consumo, o rodízio, a substituição de eletrodomésticos e dispositivos hidráulicos por outros com menor consumo de água, e até, o racionamento.


A mudança de hábitos também faz parte das medidas que devem ser incentivadas pelo governo do Estado, de acordo com Eunício. O incentivo dessa mudança englobaria o consumo de água nas indústrias, comércio, agropecuária e pelos consumidores domésticos.

“Isso significa encarar o problema, adotar estratégias de atuação diferentes, maximizar a eficiência no uso da água, mudar a estrutura para usar mais efetivamente a água disponível”, instigou. www.eunicio.com.br

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