A estimativa é apontada pelo relatório da Comissão da Seca, da Assembleia Legislativa, com dados do Governo.
O uso desse recurso , que teve início pela zona rural, agora se faz imprescindível na área urbana em diversas localidades. O aumento da demanda decorre, principalmente, porque mais reservatórios estão no nível crítico de capacidade hídrica
Carros-pipa e poços artesianos são as principais alternativas na falta de água Fotos: Alex Pimentel
A diferença entre mal e pior na situação de seca no Ceará será medida em um ponto fundamental: abastecimento de água pelos órgãos públicos. Neste segundo semestre do ano que inicia a previsão é chover pouco ou quase nada no sertão cearense. Além dos 32 municípios que já precisam de complementos para garantir abastecimento (há rodízio nessa lista), outros 11 entrarão nesse "colapso" de abastecimento até setembro, caso não haja alternativa. E mesmo estiagem e seca serem fenômenos tradicionais, a demora na concepção (e, depois, operação) de políticas públicas para atendimento revelam um quadro mais pessimista que os próprios prognósticos anuais de chuvas.
De acordo com levantamento do Grupo de Trabalho formado por Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Cagece e Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), podem entrar em colapso de abastecimento em pouco mais de um mês os seguintes municípios:Acopiara, Alcântaras, Aratuba, Guaramiranga, Mulungu, Nova Russas, Parambu, Potiretama, Pindoretama, Potengi e Tauá.
Já estão nessa situação Antonina do Norte, Beberibe, Caridade, Crateús, Irauçuba, Itatira, Milhã, Pacoti, Quiterianópolis e Salitre. A situação muda conforme o abastecimento, que se dá principalmente por meio dos carros-pipa, que pegam água dos açudes. Ontem, o volume de água armazenado era de 43,4% da capacidade. Pelo menos 64 açudes cearenses (quase metade dos reservatórios) estão com menos de 30% de água acumulada.
As exceções são o açude Curral Velho, no município de Banabuiú, com 98,04%, e o Gavião, em Pacatuba, com 93,09%. Mas é preocupante a situação de açudes como o Faé, na cidade de Quixelô, com apenas 8,62% da capacidade, e o açude Umari, em Madalena, com 5,63% da capacidade. Os dois reservatórios fazem parte das bacias hidrográficas do Acaraú e Banabuiú, respectivamente.
O diretor de operações da Cogerh, Ricardo Adeodato, prefere não usar o termo colapso, mas admite que a situação é preocupante e um alerta para que as próprias residências atentem para a necessidade de economizar. "Não estamos nos furtando de admitir o problema da falta d´água, mas se o município não pode mais depender só de açude, usamos os outros complementos, como poços artesianos e os carros-pipa. Mas não existe ninguém sendo desabastecido de água para beber", afirma.
Contaminação O volume dos açudes Faé e Umari é baixo, mas a depender da condição para que sejam fontes de abastecimento (inclusive dos carros-pipa), o número é zero. Quanto menor o volume de um açude, maior é a concentração de substâncias e, portanto, o risco de poluição. E os casos de contaminação da água já apontam para além dos 28 municípios diagnosticados pela Secretaria de Saúde do Estado em maio deste ano. O questionamento das poluições, por sua vez, é dividido entre Defesa Civil do Estado e Exército Brasileiro, cada qual responsável por diferentes municípios e, assim, pelo transporte de água captada. "Nosso contrato com a empresa responsável (Cagece ou Saae) é que só podemos repassar a água se for comprovadamente potável. Nos municípios na nossa cobertura é assim", afirma o coronel Silvio Tavares, coordenador Estadual da Defesa Civil do Estado.
Dinâmica Conforme Ricardo Adeodato, da Cogerh, até mesmo a estimativa de novos municípios com crise no abastecimento é pontual e dinâmica. "Quando alertamos para o nível crítico dos municípios estamos simulando a pior situação: a maior evaporação, a menor recarga, e isso é dinâmico. Temos chuvas pontuais, e acompanhar esse fluxo nos permite fazer a gestão dos recursos hídricos de forma inteligente", observou.
Uma das estratégias, defendida pela Cogerh, é a construção de adutoras de engate rápido. Isso já está sendo feito em Milhã, Crateús e mais sete municípios do Ceará.
Mais Informações Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - Cogerh
Endereço: Rua Adualdo Batista, 1550 - Parque Iracema, Fortaleza. Telefone (85) 3218.7020
MELQUÍADES JÚNIOR Repórter DN.
Leia também http://blogdebanabuiu.blogspot.com
O uso desse recurso , que teve início pela zona rural, agora se faz imprescindível na área urbana em diversas localidades. O aumento da demanda decorre, principalmente, porque mais reservatórios estão no nível crítico de capacidade hídrica
Carros-pipa e poços artesianos são as principais alternativas na falta de água Fotos: Alex Pimentel
A diferença entre mal e pior na situação de seca no Ceará será medida em um ponto fundamental: abastecimento de água pelos órgãos públicos. Neste segundo semestre do ano que inicia a previsão é chover pouco ou quase nada no sertão cearense. Além dos 32 municípios que já precisam de complementos para garantir abastecimento (há rodízio nessa lista), outros 11 entrarão nesse "colapso" de abastecimento até setembro, caso não haja alternativa. E mesmo estiagem e seca serem fenômenos tradicionais, a demora na concepção (e, depois, operação) de políticas públicas para atendimento revelam um quadro mais pessimista que os próprios prognósticos anuais de chuvas.
De acordo com levantamento do Grupo de Trabalho formado por Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Cagece e Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), podem entrar em colapso de abastecimento em pouco mais de um mês os seguintes municípios:Acopiara, Alcântaras, Aratuba, Guaramiranga, Mulungu, Nova Russas, Parambu, Potiretama, Pindoretama, Potengi e Tauá.
Já estão nessa situação Antonina do Norte, Beberibe, Caridade, Crateús, Irauçuba, Itatira, Milhã, Pacoti, Quiterianópolis e Salitre. A situação muda conforme o abastecimento, que se dá principalmente por meio dos carros-pipa, que pegam água dos açudes. Ontem, o volume de água armazenado era de 43,4% da capacidade. Pelo menos 64 açudes cearenses (quase metade dos reservatórios) estão com menos de 30% de água acumulada.
As exceções são o açude Curral Velho, no município de Banabuiú, com 98,04%, e o Gavião, em Pacatuba, com 93,09%. Mas é preocupante a situação de açudes como o Faé, na cidade de Quixelô, com apenas 8,62% da capacidade, e o açude Umari, em Madalena, com 5,63% da capacidade. Os dois reservatórios fazem parte das bacias hidrográficas do Acaraú e Banabuiú, respectivamente.
O diretor de operações da Cogerh, Ricardo Adeodato, prefere não usar o termo colapso, mas admite que a situação é preocupante e um alerta para que as próprias residências atentem para a necessidade de economizar. "Não estamos nos furtando de admitir o problema da falta d´água, mas se o município não pode mais depender só de açude, usamos os outros complementos, como poços artesianos e os carros-pipa. Mas não existe ninguém sendo desabastecido de água para beber", afirma.
Contaminação O volume dos açudes Faé e Umari é baixo, mas a depender da condição para que sejam fontes de abastecimento (inclusive dos carros-pipa), o número é zero. Quanto menor o volume de um açude, maior é a concentração de substâncias e, portanto, o risco de poluição. E os casos de contaminação da água já apontam para além dos 28 municípios diagnosticados pela Secretaria de Saúde do Estado em maio deste ano. O questionamento das poluições, por sua vez, é dividido entre Defesa Civil do Estado e Exército Brasileiro, cada qual responsável por diferentes municípios e, assim, pelo transporte de água captada. "Nosso contrato com a empresa responsável (Cagece ou Saae) é que só podemos repassar a água se for comprovadamente potável. Nos municípios na nossa cobertura é assim", afirma o coronel Silvio Tavares, coordenador Estadual da Defesa Civil do Estado.
Dinâmica Conforme Ricardo Adeodato, da Cogerh, até mesmo a estimativa de novos municípios com crise no abastecimento é pontual e dinâmica. "Quando alertamos para o nível crítico dos municípios estamos simulando a pior situação: a maior evaporação, a menor recarga, e isso é dinâmico. Temos chuvas pontuais, e acompanhar esse fluxo nos permite fazer a gestão dos recursos hídricos de forma inteligente", observou.
Uma das estratégias, defendida pela Cogerh, é a construção de adutoras de engate rápido. Isso já está sendo feito em Milhã, Crateús e mais sete municípios do Ceará.
Mais Informações Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - Cogerh
Endereço: Rua Adualdo Batista, 1550 - Parque Iracema, Fortaleza. Telefone (85) 3218.7020
MELQUÍADES JÚNIOR Repórter DN.
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