Fazendo referência a bravura de Dragão do Mar, Eunício disse
que os pequenos gestos e ações humanas podem mudar e fazer avançar os rumos de
uma cidade, estado ou País. “São gestos que podem ser de libertária rebeldia,
de reivindicação, de organização, de alerta, de mudança (...) temos o dever de
interpretá-los, de atendê-los, e de mantê-los vivos, para que sirvam de exemplo
às futuras gerações”, afirmou.
Eunício reconheceu que foi graças ao movimento liderado por
Dragão do Mar, que o Ceará festeja neste 13 de maio os 130 anos de libertação
dos escravos, enquanto o restante do país comemora os 126 anos da assinatura da
Lei Áurea pela Princesa Isabel, demonstrando o poder de luta e independência do
povo cearense. “Francisco, com seu ato, já dava identidade ao espírito
libertário dos cearenses, predominante até os dias de hoje, mostrando que,
historicamente, o povo do Ceará preza a independência das suas escolhas, é dono
da sua vontade”, lembrou.
Em seu discurso, Eunício destacou o ato de coragem de Dragão
do Mar ao liderar o movimento que paralisou as embarcações que conduziriam os
escravos ao sul e sudeste do País exigindo que se fizesse cumprir a Lei Eusébio
de Queiróz. O peemedebista se referiu ao homenageado como exemplo a ser seguido
“sempre a cada vez que alguém for alvo de atos que ninguém cometeria contra si
próprio, a cada gesto de preconceito, a cada banana jogada no gramado, como se
repetiu ainda ontem, durante uma partida do Campeonato Italiano”, defendeu.
Também discursaram em homenagem ao herói nacional os
senadores Inácio Arruda (PC do B-CE) e José Pimentel (PT-CE); o presidente da
Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra; o vice-presidente da Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas, Francisco Honório Pinheiro Alves; o
diretor-presidente do Conselho Nacional de Praticagem, Ricardo Falcão; e o
secretário executivo da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República, Giovanni Harvey.
Dragão do Mar - Francisco José do Nascimento nasceu no dia
15 de abril de 1839. Era também conhecido por Chico da Matilde, em referência à
sua mãe, a rendeira Matilde Maria da Conceição. Do jornalista e romancista
Aluísio de Azevedo, ganhou o apelido de Dragão do Mar.
Ele trabalhava no porto em uma função de chefia e era
prático da Capitania dos Portos. Assim, do mesmo jeito que tinha grande contato
com os jangadeiros e escravos, convivia com setores da elite e participava de
ações abolicionistas, movimento em alta no Ceará desde a metade do século 19. Por Bárbara Gonçalves da Assessoria de Comunicação do Senador Eunício Oliveira
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