Se as previsões do Inpe se
confirmarem, o Ceará viverá em 2015 o quarto ano seguido de poucas chuvas.
Previsão do Inpe considera os
estados localizados no norte do NE. Análise foi fornecida ontem para a Funceme
e complementará relatório do órgão sobre a quadra chuvosa no Ceará, que deve
ser divulgado próxima semana.
Análises do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, nos estados localizados na área norte
do Nordeste, há 45% de chances de a quadra chuvosa ser abaixo da média. No
Ceará, pelo menos oito órgãos do Governo do Estado se reuniram na última
quinta-feira, 15, no gabinete do governador Camilo Santana (PT), para discutir
ações de combate e convivência com a estiagem.
Se as previsões se confirmarem, o
Estado terá o quarto ano seguido com poucas chuvas. Em 2014, a previsão da
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) foi de que as
chances de chover abaixo da média no Ceará eram de 40%. Com precipitações que
somaram 461,9mm, a quadra chuvosa acabou sendo 24% abaixo da média.
O prognóstico do Inpe deverá
complementar os estudos da Funceme para 2015, que serão divulgados na próxima
semana através de relatório. As análises feitas todos os anos incluem três
porcentagens: de chuvas acima da média, na média e abaixo da média. De acordo
com o meteorologista Raul Fritz, da Funceme, estão sendo aguardadas as rodadas finais
com os resultados dos modelos meteorológicos dos computadores. “Não temos
conclusões ainda, mas o quadro geral continua preocupante”, disse.
Ainda em junho do ano passado, o
órgão alertou para os 80% de chances de formação do El Niño. O fenômeno gera
uma circulação atmosférica que causa descida do ar sobre as regiões Norte e
Nordeste, impedindo que o vapor quente suba e forme nuvens de chuva. Conforme
Raul Fritz, o El Niño tem registrado temperaturas abaixo de 0,6°C. “Está na
categoria fraco, então exerce menor influência. Dificilmente ele irá se
intensificar e pode até perder força”, avaliou. As conclusões sobre a
intensidade do fenômeno só deverão ocorrer em março.
Ações governamentais - Conforme o
titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Dedé Teixeira, na
reunião de quinta-feira cada órgão apresentou projetos programados e executados
em relação aos efeitos da estiagem. A ideia é formular um relatório que será
apresentado pelo governador Camilo Santana (PT) após o prognóstico da Funceme.
“Estamos compilando informações
sobre abastecimento, cidades que correm o risco de entrar em colapso, programas
produtivos, obras que têm recursos garantidos, como está o uso da água”, citou.
Ontem, outra reunião foi
realizada, desta vez na sede da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh) e tratou do abastecimento humano dos municípios de Alcântara, Canindé,
Caridade, Caririaçu, Crateús, Ipaporanga, Ipu, Nova Russas, Varjota, Irauçuba,
Maranguape, Pacujá, Potiretama, Quiterianópolis, Solonópole e Tauá.
“Trabalhamos com o pior cenário.
A situação poderá ser muito séria porque já temos três anos de forte estiagem”,
alertou o titular da SDA.
Número - 461,9mm foi o total que choveu durante a
quadra chuvosa de 2014 no Ceará - 24% abaixo da média histórica
Saiba mais - Os órgãos que
estiveram na reunião no gabinete do governador foram: Secretaria do
Desenvolvimento Agrário (SDA); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Ceará (Ematerce); Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra); Cogerh;
Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra); Companhia de Água e Esgoto do
Ceará (Cagece); Defesa Civil e Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).
De acordo com dados da Funceme,
as chuvas nos últimos anos foram: 2014 (normal: 804,9mm, observado: 566,5mm,
desvio de -29,6%), 2013 (normal: 804,9mm, observado: 551,2mm, desvio de
-31,5%), 2012 (normal: 804,9mm, observado: 388,9mm, desvio de -51,7%), 2011
(normal: 804,9mm, observado: 1034mm, desvio de 28,5%).
Fazem parte do norte do Nordeste
os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco.TATIANA
FORTES Fonte: OPOVOonLINE
Sara Oliveirasaraoliveira@opovo.com.br
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