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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sertão dos inhamuns Transferência de água garante reserva até 2014

Foi considerada um sucesso a operação que leva água do açude Flor do Campo, em Novo Oriente, até Crateús.
Crateús. Pelo menos até fevereiro de 2014, a população deste município pode ficar tranquila com relação ao abastecimento de água. A garantia é da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), que afirma garantir a segurança hídrica da cidade ao concluir, nos últimos dias, a operação de transferência de água do açude Flor do Campo, em Novo Oriente, para o açude Carnaubal, neste município, percorrendo o leito do Rio Poty.

Manejo de água entre açudes nos municípios de Novo Oriente e Crateús levou 12 dias, menos que o esperado pelos técnicos da Cogerh fotos: Silvania Claudino

Já foram transferidos pouco mais de 1,6 milhões de metros cúbicos de água para o açude Carnaubal, que aumentou o seu nível em 50cm, segundo dados da Cogerh, até ontem pela manhã. Além da construção de 13 km da adutora emergencial de montagem rápida, ligando o açude Carnaubal à estação de tratamento de água de Crateús, a operação da Companhia inclui a limpeza e desobstrução do leito do Rio Poty.

Com a conclusão da adutora e a chegada da água no açude Carnaubal, a Cogerh deu início, ainda na manhã de sábado, à operação assistida do sistema hídrico. A transferência da água do açude Flor do Campo para o Carnaubal será de aproximadamente 7 milhões de metros cúbicos, volume suficiente para garantir o abastecimento de Crateús até fevereiro de 2014 e manter uma reserva no açude Flor do Campo suficiente para abastecer o município de Novo Oriente até dezembro de 2014, mesmo na hipótese de ocorrência de reduzida precipitação nesta região na quadra chuvosa do próximo ano, comparável à seca de 2012.

Êxito - Prevista para chegar em 28 dias a Crateús, a água liberada do açude Flor do Campo levou apenas 12 dias para completar o seu percurso. A chegada em tempo menor que o estimado no planejamento inicial foi consequência do trabalho desenvolvido pela Cogerh durante toda a operação. Entre elas a desobstrução do curso e a regularização do leito do rio Poty, o ´janelamento´ de passagens molhadas e a regularização e fiscalização dos usuários ao longo do percurso do rio.

"A Cogerh montou o plano com vistas a evitar o colapso no abastecimento de água em Crateús e trabalhou antes e durante a operação com a intenção de garantir o sucesso do plano", destacou José Humberto de Oliveira, técnico do escritório local da Companhia. Ele ressalta que técnicos acompanharam e monitoraram todo o processo de transferência de água ao longo do percurso de 41km entre os dois reservatórios, com maquinário especializado para garantir a fluidez da água.

De acordo com o órgão, toda a operação foi planejada durante dois meses e iniciada após uma série de encontros entre representantes do poder público e da sociedade civil organizada. Essa transferência de água tem a supervisão da Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (SRH) e foi aprovada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica dos Sertões de Crateús e pelo Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (Conerh).

Parcerias - Estão envolvidos na operação técnicos também da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece), do Dnocs e hidrólogos da Universidade Federal do Ceará (UFC). A operação da Companhia foi alvo de polêmica na Região. Manifestantes de Novo Oriente e Crateús, compostos por representantes de vários segmentos sociais, eram contrários ao plano da Cogerh. Defendiam a transferência de água por adutora, construída para conduzir a água por todo o percurso. Consideravam inadequada a operação devido ao desperdício de água e temiam que a água não chegasse a Crateús devido à pouca força e os desafios naturais ao longo do manancial.

De abril a julho, aconteceram protestos na região e chegaram a ocupar por mais de um mês o açude Flor do Campo, a fim de impedir a abertura das comportas e a liberação da água para Crateús pelo leito do rio Poty. Crateús está entre os 41 municípios em situação de risco de colapso no abastecimento de água no Ceará, segundo dados divulgados pela Cogerh na última segunda-feira (12).

Da lista, pelo menos 24 estão na lista das cidades com nível de criticidade alta em suas fontes hídricas: Acopiara, Alcântaras, Antonina do Norte, Baixio, Beberibe, Canindé, Caridade, Crateús, Fortim, Graça, Ipaumirim, Irauçuba, Itatira, Milhã, Mucambo, Nova Russas, Pacujá, São Gonçalo do Amarante, Pindoretama, Potengi, Quiterianópolis, Salitre Tauá e Umari.

Mais informações -Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), Rua Adualdo Batista, 1550, (85) 3218.7020 - Fortaleza e Em Crateús - (88) 3691.4027
ENQUETE: O problema da escassez foi resolvido?
"Estou satisfeita porque deu certo para a água vir para Crateús, mas tem que continuar o racionamento pela Cagece e as pessoas se conscientizarem do uso correto da água, se não acaba rapidinho" Maria Coelho Dona de casa

"Espero que a água dê mesmo até o início do ano. Acho que os órgãos têm que ter cuidado para poupar continuando com o rodízio nos bairros e as pessoas se educarem para economizar a água" José Cláudio Sabóia Agricultor. 
Reportagem de Silvana Claudino - Diário do Nordeste.

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