No Ceará, só este ano, já foram registrados 31 ataques a bancos e
caixas eletrônicos, com uso de explosivos. Em muitas cidades do
interior, agências bancárias continuam fechadas. E os moradores são
obrigados a viajar para sacar dinheiro.
Já foram três explosões só este ano na única agência bancária de Palmácia, interior do Ceará.
Sem caixas eletrônicos na cidade, seu Antônio é obrigado a viajar 40
quilômetros para receber o dinheiro na cidade vizinha, Maranguape. E
parte da renda da aposentadoria ele gasta no transporte.
"Entre merenda e negócio de transporte é R$25, R$30. No pouco dinheiro
que a gente recebe faz falta", contou Antônio Ferreira Lima, aposentado.
Em Banabuiú,
a agência foi destruída por bandidos há um ano e meio. Para sacar
dinheiro, todo mês seu Manuel é obrigado a pegar uma van que leva a
outros municípios.
"Andava só um pouquinho e, agora, é uma dificuldade medonha pra gente
se deslocar pra ir receber", disse Manuel Edísio de Melo, aposentado.
Prejuízo pra quem precisa se deslocar e também para os comerciantes
aqui da cidade. É que os moradores que vão receber pagamentos no
município vizinho acabam fazendo as compras por lá mesmo com medo de
andar com dinheiro no bolso.
"Comércio acabou. A gente ainda tá aqui porque não tem pra onde ir,
mas, não tem movimento nenhum. Depois que explodiu o banco", afirmou
Maria Zumira Nobre Rabelo, comerciante.
"Se eu tiver que comprar alguma coisa já vou comprar lá porque já estou lá né", disse Zuleide Colares, artesã.
De Banaibuiu até a próxima agencia bancaria, em Quixadá, são 54 quilômetros.
Dona Terezinha enfrenta esta jornada todo dia de pagamento.
Depois da estrada, tem caminhada, banco lotado.
Dona Lurdes enfrenta o mesmo problema. Viaja quase 40 quilômetros para sacar dinheiro.
Maria de Lurdes Lopes da Silva, aposentada: Eu saio de casa quatro e meia. E chego aqui faltando dez pras seis.
Com o aumento de casos de explosões em caixas eletrônicos nas cidades
do interior, a alternativa para receber dinheiro e fazer pagamentos é
recorrer a lotéricas e os correios. Mas nem sempre há dinheiro
disponível.
"Elas têm medo de ficar com dinheiro aqui e ser assaltada, porque todo
mês acontece isso", revelou Maria Aurilene de Castro, agricultora. Assista a reportagem.
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