No início do ano, açude em Quiterianópolis estava quase seco
EDIMAR SOARES. Somente seis municípios no Ceará não decretaram situação de emergência. Campanhas arrecadam donativos.
Os números são
preocupantes. Das 184 cidades cearenses, 178 estão em situação de
emergência em decorrência da seca. Segundo o último balanço divulgado
pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), pelo menos 18
municípios cearenses podem ter problemas de abastecimento de água até o
fim de 2014 (ver lista).
Em todo o Estado, campanhas
distribuem doações de água potável, alimentos e roupas para quem sofre
com os efeitos da estiagem. O projeto Força Solidária recolhe donativos
em agências do Banco do Brasil, dos Correios e em quartéis do Corpo de
Bombeiros na Capital e no Interior.
A campanha ocorre desde
2012 e já arrecadou mais de 12 mil cestas básicas de 15 quilos. Os
alimentos são enviados aos municípios mais necessitados, informa Ioneide
Araújo, assessora técnica da Defesa Civil. Os cidadãos também podem
doar litros de água potável. “Quem não for doar a cesta básica completa
pode ajudar com itens variados, como óleo, leite, café e açúcar”,
acrescenta Ioneide.
Voluntários da filial do Ceará da Cruz
Vermelha Brasileira também recolhem donativos na sede da instituição, no
bairro Joaquim Távora. Segundo Leonardo Perdigão, coordenador do
departamento de campanhas da Cruz Vermelha, a entidade também vai buscar
a doação nas residências de acordo com o volume e a disponibilidade do
transporte.
Abastecimento d’água
Dos
18 municípios que podem ter problemas de abastecimento de água até o
fim de 2014, três estão em situação de colapso de abastecimento nas
sedes: Quiterianópolis, Salitre e Irauçuba.
De acordo com
Gianni Lima, assistente da Diretoria de Operações da Cogerh, as cidades
de Quiterianópolis e Salitre são abastecidas exclusivamente com água
distribuída por carros-pipa, em operação da Defesa Civil em parceria com
o Exército Brasileiro. Irauçuba passa por um colapso parcial e ainda
conta com parte do sistema local de abastecimento.
Segundo
Lima, todas as cidades com possibilidade de problemas no abastecimento
devem passar por obras emergenciais. Uma das alternativas é a construção
de adutoras de montagem rápida, com prazo de 60 a 90 dias de conclusão,
para levar água de açudes mais cheios aos municípios que precisam.
Um
exemplo é Crateús, onde a Cogerh iniciou a operação de transferência da
água do açude Flor do Campo, em Novo Oriente, para o açude Carnaubal. A
operação inclui a construção de uma adutora de montagem rápida. Serão
liberados cerca de 7 milhões de m³, volume suficiente para garantir o
abastecimento de Crateús até fevereiro de 2014.
Lista Dezoito
municípios cearenses podem ter problemas de abastecimento de água até o
fim de 2014, segundo a Cogerh: Acopiara, Alcântaras, Antonina do
Norte, Beberibe, Canindé, Caridade, Crateús, Fortim, Irauçuba, Itatira,
Milhã, Nova Russas, Parambu, Pindoretama, Potengi, Quiterianópolis,
Salitre e Tauá. Além dessas cidades, entra na lista o distrito de Pecém,
em São Gonçalo do Amarante.
Saiba mais Seis
municípios cearenses não decretaram situação de emergência: Fortaleza,
Eusébio, Horizonte, Itaitinga, Pacatuba e Guaramiranga.
Os
reservatórios do Ceará estão apenas com 41% da capacidade total. 74
açudes têm volume inferior a 30% da capacidade. São 144 açudes
monitorados pela Cogerh, em todo o Estado.
Nas cidades de
Canindé, Antonina do Norte e Independência, o volume de água dos
reservatórios está abaixo de 2%. A situação é mais crítica no município
de Crateús, com 0,1% da capacidade.151 municípios contam com a água que vem dos 943 carros-pipa. Fonte: opovo.
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