As chuvas de pré-estação que atingem
o Ceará desde novembro e se intensificaram na última semana não foram
registradas em 14 cidades no Interior, segundo boletim mensal da
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Os
postos da Fundação em Cruz, Moraújo, Apuiarés, Uruburetama, Chorozinho,
Jaguaretama, Jaguaribara, Catarina, Deputado Irapuan Pinheiro,
Madalena, Mombaça, Piquet Carneiro, Senador Pompeu e Solonópole não
captaram a incidência de chuvas desde o dia 1 de janeiro até ontem, 26.
A
dona de mercantil em Senador Pompeu, Selma da Silva, afirma que a
situação na cidade se complica, porque já não há chuvas regulares desde
2011. “Já estamos em janeiro e até agora nada (de chuva)”, reclama. De
acordo com ela, nem a famosa chuva do caju decidiu aparecer no período
anterior à quadra.
Em Jaguaretama, a locutora Kilvia Diógenes
não vê perspectiva de chuvas. O dia é sempre limpo, e o sol é ardente.
“O pessoal está tendo fé, mas está muito difícil continuar desse jeito”,
destaca. A terra continua árida desde o início da estação seca.
Para
o recepcionista Erian Gomes da Silva, que trabalha no hospital de
Piquet Carneiro, as opiniões se dividem: a aposta num bom inverno fica
na dependência da fé de cada um, mas a conclusão geral é de que, em
fevereiro, pelo menos, não deve vir chuva. Talvez em março, segundo ele.
Postos - Em
Uruburetama, mesmo a listagem dando conta da falta de chuvas, a
atendente de farmácia Rociclea Ávila contesta. Diz que houve quatro
precipitações no mês, ainda que não tenham sido “fortes, mas razoáveis”.
Sábado, 20, foi uma delas. Neblinou durante o dia e choveu à noite.
Essa
incompatibilidade se deve à distribuição dos postos de coleta da
Fundação. Como as chuvas não caem equitativamente em todo o Município, o
lugar onde está instalado o posto pode não receber água.
Cruz,
Apuiarés, Moraújo, Jaguaretama, Jaguaribara, Catarina, Deputado Irapuan
Pinheiro, Madalena, Piquet Carneiro, Senador Pompeu e Solonópole são
casos em que há apenas um posto de coleta em cada uma.
Previsões - A
Funceme aposta que há 45% de probabilidade de que as chuvas de
fevereiro a abril deste ano fiquem abaixo da média histórica do Ceará,
conforme O POVO publicou na edição do último sábado. A tendência é que a
baixa incidência de chuvas intensifique a situação de seca por que
passa quase a totalidade das cidades cearenses. Muitas estão em
emergência.
ENTENDA A NOTÍCIA A
seca que atinge o Ceará desde o ano passado ocasionou perdas quase
totais de safra e fez diminuir até 80% o número de cabeças de vários
rebanhos. Com as previsões, a situação crítica deve persistir este ano.
A reportagem é de Alan Santiago
alan@opovo.com.br Leia mais www.opovo.com.br
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